Acusado de invasão de propriedade militar é absolvido no Ceará

A Justiça Militar da União no Ceará absolveu e mandou soltar T.S.C., de 27 anos, nessa quarta-feira (19). O juiz acatou a alegação da Defensoria Pública da União (DPU/CE) de que o assistido tem problemas psicológicos e não sabia que entrava em área militar. T.S.C. estava preso desde o início de agosto, acusado da prática do crime de ingresso clandestino em prédio das Forças Armadas.

O assistido é natural de Itabuna, na Bahia, e estava no Ceará para trabalhar na construção civil. Ao voltar para sua terra natal, em uma viagem de ônibus, T.S.C. imaginou que estava sendo perseguido por um dos passageiros. Nervoso com a situação, desceu do ônibus, correu pela rua e pulou o muro de um quartel do exército de Fortaleza. Apesar do pedido de liberdade provisória feito pela DPU/CE, a prisão preventiva foi decretada, pois ele não soube, em depoimento prestado por ocasião do flagrante, responder o local de sua residência.

Para provar a inocência de T.S.C., além dos visíveis problemas psicológicos do réu, o defensor Marcelo Barroso alegou que o horário e o local da invasão eram provas de que o acusado não sabia que estava cometendo um crime. Ele pulou o muro às 19h; se estivesse mal intencionado, teria feito isso de madrugada e também escolheria um lugar menos movimentado, argumentou.

Durante o julgamento, que foi antecipado a pedido do próprio promotor do caso, houve depoimentos dos militares que estavam de plantão no dia do acontecimento e também da mãe do réu. Ela emocionou os presentes ao contar que estava morando de favor em Fortaleza para acompanhar o caso do filho.

A mãe dele era tão humilde que seu depoimento mexeu com todos que estavam lá. No final nos organizamos e ainda demos dinheiro para eles comprarem as passagens e voltarem para a Bahia, disse o defensor.